18 de maio de 2020 In Sem categoria

O estrelato das luzes midiáticas

O ESTRELATO DAS LUZES MIDIATICAS

Inicio este modesto artigo, imbuído do mais profundo sentimento de imparcialidade e prendendo-me apenas na questão humana, social e a guisa de uma Constituição que é chamada de “Constituição Cidadã” por preconizar, ao contrário de sua antecessora (a de 1967) princípios e garantias do indivíduo, do cidadão, em ampla e extensiva abrangência. O Estado passa a ser o segundo na lista de prioridades desta Carta. 

Não vivi a época do autoritarismo e do arbítrio politico, do AI-5, mas conheço um pouco das barbáries deste regime, pelo que dos livros de historia consegui extrair. Além disso, me formei já sob o manto dos princípios e garantias tidas como fundamentais pelo texto da Carta vigente que possibilitaram efetuar uma analise mais escorreita dos direitos de todo nós, daí o veio acadêmico de estudar, lutar e proteger o direito das liberdades. 

Pela ótica de quem defende os direitos e garantias de qualquer indivíduo, fico estarrecido ao me deparar com a voraz sede de estrelismo de alguns juízes, promotores de justiça e delegados, que fazem de seus gabinetes e salas de audiência, verdadeiros camarins, prontos para o já conhecido, “Luzes! Câmeras! Ação!”.

  É necessário que se encerre com essa postura de marketing permanente, de se apelidarem operações que deve se fazer na forma da lei e não em meio a uma espetacularidade ao arrepio das normas de regência, sobretudo as de índole constitucional. Percebe-se um apaixonamento de magistrados pelas suas causas, muitas vezes sem isenção e equilíbrio para julgar determinados casos. Ora, se mesmo no regime de exceção havia a possibilidade de defesa, hoje, no regime democrático, com tais posturas, com as nefastas escutas telefônicas, e a mídia invasiva, resta ao advogado o discurso simbólico.

Porque digo isso? Não raro é depara-se com algumas decisões, muitas vezes, tomadas a partir de declarações interceptadas, de forma parcial, quase sempre distorcidas, com despropositadas interpretações policiais, o que é por demias temerário. 

  Nos dias de hoje a investigação criminal se tornou o que os Russos chamariam de “troika acusatória”. Explico: a polícia que “grampeia”, o Ministério Público que “chancela” e o juiz que “autoriza”, avalizando, passo a passo, o andamento das “investigações”. Não há mais contra poder oponível ao Estado.

  A necessidade de noticia a qualquer custo traz ao espectador, a população de forma geral, uma distorção do Direito Penal.  É preciso se enaltecer as lideranças, sobretudo os advogados que estão na trincheira da resistência contra um desenho opressor. É preciso que tenhamos os nossos heróis, os heróis da advocacia brasileira, aqueles que encarnam mais do que outros, que servem de bússolas para os advogados mais jovens, tais como, Rene Ariel Doti, Nélio Roberto Seidl Machado, Aury Lopes Júnior e tantos outros. Estes jamais recuaram diante de qualquer arbítrio. 

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  A imprensa escrita e televisiva, mais especificamente a Rede Globo e suas afiliadas, é capaz de iludir e deturpar fatos com tamanha velocidade que qualquer êxito profissional é considerado manobra, manipulação de fatos. 

  Casos como o factoide da reportagem exibida no “Fantástico” de 18/03/2012 que se denominou como “Fraude em Licitações Públicas”, não passou de uma farsa, de uma mentira, de uma armação. Não serviu para nada além de desempregar mais de 40.000 trabalhadores, pais e mães, chefes de família que tiveram seus empregos cessados devido ao vil destino a que sucumbiram as empresas e pessoas expostas naquela enganação. 

  Por isso o estrelato das luzes midiáticas deve ser contido, deve ser paralisado e, que todos se lembrem de que até o mais perigoso dos homens, sob o manto da Carta Magna de 1988, tem que ter o direito de ser julgado por tribunal, por um juiz justo, imparcial, com paridade de armas, com a máxima garantia e proteção as regras pétreas contidas na Constituição Cidadã, carinhosamente chamada por alguns como “livrinho”, ou seja, “se está no livrinho, tem que ser cumprido”. 

Fabio de Carvalho Couto carioca, roqueiro e advogado com muito orgulho e amor pelo que faz em nome de um bem maior que é a luta pela prevalência dos direitos das liberdades.

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Comentário (1)

Um comentarista do WordPress

Maio 5, 2020, 6:06 pm

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